Ácidos Graxos Ômega-3


Artigo original: Centro Médico da Universidade de Maryland

Introdução

Ácidos graxos ômega-3 são considerados essenciais para a saúde humana, mas que não podem ser fabricados pelo organismo. Por esta razão, o ômega-3 deve ser obtido por intermédio da alimentação e pode ser encontrado nos peixes, tais como salmão, atum, e outras vidas marinhas, como as algas e krill, certas plantas, e óleo de nozes. São conhecidos como ácidos graxos polinsaturados (PUFAs). O ômega-3 tem função primordial no funcionamento do cérebro bem como no crescimento e desenvolvimento. O American Heart Association recomenda dieta de peixe (particularmente peixes como sardinhas, truta, atum e salmão) pelo menos duas vezes por semana. Aconselha-se que mulheres grávidas e mães, crianças jovens, e mulheres que poderiam engravidar não consumam vários tipos de peixes, incluindo peixe-espada, e tubarão. Essas pessoas deveriam também limitar o consumo de outros peixes incluindo atum, e salmão. Elas podem ingerir ácidos graxos na qualidade de suplementos dietéticos produzidos por laboratórios que sejam certificados como livres de mercúrio. Existem três tipos principais de ácidos graxos ômega-3 que devem ser ingeridos durante a alimentação e que são utilizados pelo organismo: ácido alfa-linolênico (ALA), ácido eicosapentenóico (EPA), e ácido docosahexenóico (DHA). Uma vez ingeridos, o organismo converte ALA em EPA e DHA, que são os dois tipos de ômega-3 mais bem assimiláveis. Extensas pesquisas indicam que esses ácidos graxos reduzem a inflamação e auxiliam a prevenir os fatores de risco associados com as doenças crônicas tais como o câncer, as doenças do coração e a artrite. Os ácido graxos essenciais estão altamente concentrados no cérebro e parecem ser particularmente importantes nas funções cognitivas e comportamentais (memória e capacidade). De fato, crianças que não dispõem de ômega-3 suficientes de suas mães durante a gravidez estão em risco de desenvolver problemas de visão e nervoso. Sintomas da deficiência de ômega-3 incluem extremo cansaço, memória deficiente, pele seca, problemas do coração, variações do humor ou depressão, e circulação ineficiente. É importante manter na dieta um balanço apropriado de ômega-3 e ômega-6 (um outro ácido graxo essencial), pois essas duas substâncias trabalham juntas a fim de promover a saúde. Ômega-3 ajuda a reduzir a inflamação, e a maioria dos ácidos graxos ômega-6 tendem a promover a inflamação. Um desequilíbrio desses ácidos contribui para o desenvolvimento de doenças enquanto o balanço apropriado ajuda a manter e até mesmo promover a saúde. Uma dieta saudável deveria consistir aproximadamente de 2 a 4 vezes mais ômega-6 do que ômega-3. A dieta típica do norte-americano contém de 14 a 25 vezes mais ômega-6 do que ômega-3, e muitos pesquisadores acreditam que este desequilíbrio é um fator significativo no aumento dos casos de desordens inflamatórias da população nos Estados Unidos. Em contrapartida, a dieta do Mediterrâneo consiste de um balanço bem mais saudável, e alguns estudos mostraram que as pessoas adeptas desta dieta estão menos suscetíveis a desenvolver doenças do coração. Ela contém um outro ácido graxo, o ácido ômega-9, que se acredita atuar na redução dos riscos associados ao câncer e doenças cardíacas. A dieta do Mediterrâneo não inclui muita carne (que é rica em ômega-6) e enfatiza os alimentos ricos em ômega-3, incluindo grãos integrais, frutas frescas e vegetais, peixe, óleo de oliva, alho, bem como um moderado consumo de vinho.


Usos

Estudos clínicos sugerem que ácidos graxos ômega-3 podem ser úteis no tratamento de uma variedade de condições de saúde. A evidência é mais forte para as doenças do coração e problemas que contribuem para as doenças do coração, mas a gama de usos para o ômega-3 inclui:

Colesterol alto

Aqueles que seguem a dieta do Mediterrâneo tendem a ter níveis mais altos de lipoproteínas de alta densidade (HDL ou "colesterol bom"). Similares àqueles que seguem a dieta do Mediterrâneo, os Esquimós, que consomem grandes quantidades de ácidos graxos ômega-3 advindos dos peixes, eles também têm o colesterol HDL mais alto e os triglicérides (material gorduroso que circula no sangue) reduzidos. Além disso, suplementos contendo ácido eicosapentenóico (EPA) e ácido docosahexenóico (DHA) têm sido relacionados em vários estudos clínicos como redutores das lipoproteínas de baixa densidade (LDL ou "mau colesterol") e dos níveis de triglicérides.

Hipertensão
Estudos clínicos sugerem que dietas ou suplementos ricos em ácidos graxos ômega-3 baixam significantemente a pressão arterial em indivíduos com hipertensão. Uma análise de 17 estudos clínicos, usando suplementos com óleo de peixe, observou que uma dosagem de 3 gramas ou mais diariamente pode produzir uma redução significante na pressão arterial em indivíduos com hipertensão não tratada.

Doenças do coração

Uma das melhores maneiras para ajudar a prevenir doenças do coração é adotar uma dieta reduzida em gorduras e substituir alimentos ricos em gorduras saturadas e "trans" por aqueles ricos em gorduras monoinsaturadas ou polinsaturadas (incluindo ácidos graxos ômega-3). Evidências clínicas sugerem que EPA e DHA encontrados em óleo de peixe reduzem os riscos de doenças do coração incluindo colesterol alto e pressão alta. Existe também, forte evidência, que essas substâncias podem ajudar a prevenir a aterosclerose, pela inibição do desenvolvimento de placas ateroscleróticas e de coágulos, que tendem a obstruir as artérias. Estudos clínicos entre os que sobreviveram a um ataque do coração descobriram que suplementos diários de ômega-3 reduzem dramaticamente os riscos de morte, subseqüentes aos ataques, e derrames. Igualmente, pessoas com dieta rica em ácido linolênico ALA têm menos probabilidade de sofrerem ataques fatais do coração. Estudos clínicos em populações apresentam fortes evidências que ingerir ômega-3 (originalmente de peixe) ajuda a proteger do acidente vascular cerebral causado por placas ou coagulação nas artérias que irrigam o cérebro. De fato, comer ao menos duas porções de peixe por semana pode reduzir os riscos de derrames em mais de 50%. Entretanto, pessoas que ingerem além de 3 gramas de ômega-3 por dia (equivalente a 3 porções de peixe ao dia) podem estar em risco de derrames hemorrágicos, um tipo potencialmente fatal de derrame no qual as artérias do cérebro se rompem.

Diabetes
Indivíduos com diabetes tendem a possuir níveis mais baixos de HDL. Ômega-3 pode ajudar a diminuir os triglicérides e apoproteínas (marcadores de diabetes), e elevar o HDL, então pessoas com diabetes podem se beneficiar de uma alimentação ou suplementos que contenham DHA e EPA. Ácido alfa-linolênico pode não ter o mesmo benefício que o DHA e o EPA porque algumas pessoas com diabetes não têm a habilidade de eficientemente converter ALA a uma forma assimilável de ômega-3. Tem havido um leve aumento, registrado nos níveis de açúcar, no sangue de pacientes com diabetes tipo 2 enquanto se utilizam de suplementos com óleo de peixe.

Perda de peso

Muitos indivíduos que estão em sobre-peso sofrem com um fraco controle glicêmico, diabetes e colesterol alto. Estudos clínicos sugerem que pessoas engajadas em programas de redução de peso, que incluem exercícios, podem alcançar melhor controle da glicemia e colesterol, quando ácidos graxos ricos em ômega-3 se incorporam na dieta de redução das gorduras.


Artrite
Vários estudos clínicos investigaram o uso de suplementos de ácidos graxos ômega-3 para as condições inflamatórias das articulações em especial na artrite reumatóide. Alguns artigos que revisaram essas pesquisas concluíram que o ômega-3 reduz o desconforto articular, a rigidez matinal, e permite uma relativa diminuição nas doses de medicação para os pacientes com artrite. Além disso, estudos laboratoriais sugerem que dietas ricas em ômega-3 (e baixa em ômega-6) podem beneficiar pessoas com outras doenças inflamatórias, como a ósteo-artrite. De fato, estudos in vitro com células de cartilagem descobriram que o ômega-3 reduziu as atividades das enzimas que destróem a cartilagem. Similarmente, um extrato de ostras da Nova Zelândia (Perna canaliculus), uma outra fonte potencial de ômega-3, se mostrou um bom redutor da rigidez e da dor articulare, aumento da força, e facilidade os movimentos em um pequeno grupo de pessoas com ósteo-artrite. Em alguns dos participantes testados, os sintomas pioraram um pouco antes que a melhora ocorresse. Uma análise foi conduzida de forma aleatória com 17 pacientes, na tentativa de aliviar as dores da artrite, causadas por doença inflamatória do intestino (IBS), com suplementos de ômega-3 e menstruação dolorosa (dismenorréia). Os resultados sugerem que o ômega-3 é um tratamento eficaz, junto com a terapia convencional com drogas antinflamatórias, contra as dores associadas da artrite reumatóide, doença inflamatória do intestino, e dismenorréia.

Osteoporose
Estudos clínicos sugerem que o ômega-3 como o EPA ajuda a aumentar os níveis de cálcio no corpo e os depósitos ósseos. Pessoas com algum grau de deficiência de certos ácidos graxos essenciais, (particularmente EPA e ácido gama-linolênico [GLA]) têm mais chances de perda óssea em relação àqueles que apresentam níveis normais. Em um estudo, com mulheres acima dos 65 anos, e com osteoporose que se utilizaram de suplementos com EPA e GLA experimentaram perdas ósseas, significantemente menores, durante os 3 anos considerados para o estudo em comparação ao grupo placebo. Muitas dessa mulheres também experimentaram um incremento na densidade óssea.

Depressão
Pessoas que não conseguem ter um adequado suplemento de ácidos graxos, a fim de manter um equilíbrio entre ômega-3 e ômega-6 em suas dietas, podem estar em risco aumentado para depressão. Ômega-3 é importante componente das membranas das células nervosas. Eles ajudam as células a se comunicarem umas com as outras, que é um passo essencial para a manutenção da boa saúde mental. Em particular, o DHA está envolvido em uma variedade de processos na célula nervosa. Em um estudo clínico em indivíduos com depressão, aqueles que ingeriam uma dieta com peixe 2 ou 3 vezes por semana durante 5 anos, experimentaram uma significante redução nos sentimentos depressivos e hostis.


Desordens bipolares

Em um estudo com 30 pessoas com desordem bipolar, aqueles que foram tratados com EPA e DHA (em combinação com as usuais medicações estabilizadoras do humor) durante 4 meses, experimentaram menos variações do humor ou das recaídas da depressão ou mania, em relação aos que receberam placebo.

Esquizofrenia
Evidências clínicas preliminares sugerem que pessoas com esquizofrenia, experimentaram uma boa melhora nos sintomas, quando se utilizaram de ácidos graxos ômega-3. Entretanto, um recente estudo, bem direcionado, concluiu que suplementos de EPA não foram superiores para o alívio dos sintomas, com relação ao grupo placebo para essas condições. Os resultados conflitantes sugerem que mais pesquisas são necessárias, antes que uma conclusão possa ser auferida, com relação aos benefícios dos ácidos graxos ômega-3 para a esquizofrenia. Da mesma forma que em diabéticos, indivíduos com esquizofrenia podem não ser capazes de converter eficientemente ALA a EPA ou DHA.


Déficit de atenção/hiperatividade (ADHD)

Crianças com déficit de atenção/hiperatividade (ADHD) podem ter baixos níveis de ácidos graxos essenciais (incluindo EPA e DHA) no organismo. Estudos com aproximadamente 100 meninos mostraram que aqueles com níveis mais baixos de ômega-3, apresentaram mais problemas de aprendizado e comportamento (como temperamento variável e distúrbios do sono), do que meninos com níveis normais de ômega-3. Em estudos animais, baixos níveis de ômega-3 mostraram uma concentração mais baixa de certos neuroreceptores cerebrais (como a dopamina e a serotonina) relacionados com a atenção e motivação. Estudos que examinem a habilidade dos suplementos de ômega-3 para melhorar os sintomas do ADHD ainda são necessários. Torna-se então uma abordagem razoável incentivar uma alimentação rica em ômega-3 para todos que se enquadrem no ADHD. Um estudo clínico se utilizou de suplementação de ômega-3 e ômega-6 em 117 crianças com ADHD. Houve ganhos na leitura, fala, e comportamento após 3 meses de terapia. Um outro estudo demonstrou que suplementos de ômega-3 auxiliaram a diminuir a agressividade das crianças durante os períodos na escola. Mais estudos, incluindo comparações com drogas terapêuticas (como os estimulantes), deveriam ser planejados.


Transtornos alimentares

Estudos clínicos sugerem que homens e mulheres com anorexia nervosa apresentam níveis mais baixos que os normais de ácidos graxos polinsaturados (incluindo ALA e GLA). Para prevenir as complicações associadas com tais deficiências, alguns especialistas recomendam que um programa de tratamento para a anorexia inclua alimentos ricos em PUFA.


Queimaduras
Ácidos graxos essenciais têm sido usados para reduzir inflamações e promover a cura das feridas em vítimas de queimaduras. Pesquisas em animais indicam que o ômega-3 ajuda a promover o equilíbrio saudável das proteínas corporais, fator importante na recuperação após uma queimadura.


Doenças de pele

Em um estudo, com 13 pessoas que apresentavam uma sensibilidade ao sol, conhecida como foto-dermatite, mostrou uma redução significativa nas reações ao raios UV após tomarem suplementos de óleo de peixe. Mas deve ficar claro que os protetores solares tópicos são mais eficazes para proteger a pele do que os ômega-3. Em um outro estudo com 40 pessoas tendo psoríase, aqueles que foram tratados com medicações e suplementos com EPA apresentaram melhores resultados do que os tratados apenas com medicação tradicional. Alguns médicos acreditam que a semente de linho (que contem ômega-3) é útil para tratar acne.


Doença inflamatória do intestino (IBD)

Quando acrescentado à medicação, como a sulfasalazina (um remédio padrão para a IBD), o ômega-3 pode reduzir os sintomas da doença de Crohn e colite ulcerativa -- os dois tipos conhecidos de IBD. Mais estudos para investigar essas descobertas preliminares estão em andamento. Em animais, parece que ALA funciona melhor na redução da inflamação do que EPA e DHA. Suplementos com óleo de peixe podem causar efeitos colaterais que são similares aos sintomas do IBD (flatulência, eructação, distenção abdominal, e diarréia).


Asma
Pesquisas clínicas sugerem que suplementos de ômega-3 podem reduzir a inflamação e melhorar a função pulmonar em adultos com asma. Ômega-6 tem efeito oposto: eles tendem a aumentar a inflamação e piorar a função respiratória. Em um pequeno, mas bem direcionado estudo com 29 crianças asmáticas, aquelas que tomaram suplementos com óleo de peixe ricos em EPA e DHA, por 10 meses, tiveram seus sintomas atenuados quando comparadas com as crianças que tomaram apenas pílulas placebo.

Degeneração macular 

Um questionário apresentado para mais de 3.000 pessoas com idades superiores a 49 anos demonstrou que, aqueles que consumiam mais peixes em suas dietas, tinham menos chances de adquirir a degeneração macular (uma séria condição relacionada com a idade e que pode progredir para a cegueira) em comparação com aqueles que consumiam pouco peixe. Um outro grande estudo confirmou que EPA e DHA de peixe, 4 ou mais vezes por semana, pode reduzir os riscos de desenvolverem degeneração macular. Digno de nota, entretanto, é que este mesmo estudo sugere que ALA pode aumentar os riscos para esses olhos propensos à doença.

Dor menstrual

Em um estudo clínico, com quase 200 mulheres dinamarquesas, com uma dieta mais rica em ômega-3, os sintomas foram mais brandos para fogachos e suores durante a menstruação.

Câncer do cólon

O consumo de porções significantes de alimentos ricos em ômega-3 parece reduzir o risco de câncer coloretal. Esquimós, que tendem a seguir uma dieta altamente gordurosa, mas que comem quantidades apreciáveis de peixes ricos em ômega-3, apresentam uma baixa incidência de câncer coloretal. Consumo diário de EPA e DHA também parece reduzir, ou mesmo reverter a progressão do câncer do cólon, em pessoas com estágios avançados da doença. Estudos clínicos mostraram que baixos níveis de ômega-3 são um marcador para o aumento dos riscos do câncer de cólon. Entretanto, em um estudo animal, ratos com metástases de câncer de cólon (em outras palavras, um câncer que se espalhou a outras partes do corpo, como o fígado, por exemplo), perceberam um crescimento das células cancerosas no fígado quando tratados com ômega-3. Até que mais informações estejam disponíveis, é aconselhável para as pessoas com estágios avançados do câncer coloretal evitar suplementos com ômega-3 e dietas ricas desta substância.


Câncer
Ainda que nem todos os especialistas concordem, mulheres que regularmente consomem alimentos ricos em ômega-3, por vários anos, têm menos probabilidade de desenvolver câncer de mamas. Mais pesquisas ainda são necessárias para melhor entendimento dos efeitos que o ômega-3 pode ter na prevenção e tratamento desse tipo de câncer. Por exemplo, pesquisadores especulam que o ômega-3 em combinação com outros nutrientes (vitamina C, vitamina E, beta-caroteno, selênio, e coenzima Q10), podem se provar de valor para a prevenção e tratamento do câncer de mama em particular.

Câncer de próstata

Estudos laboratoriais e em animais indicaram que ômega-3 (especialmente DHA e EPA) podem inibir o crescimento do câncer de próstata. Igualmente, estudos com grupos de homens sugeriram que uma dieta com restrições de gorduras e com adição de ômega-3, de peixe ou óleo de peixe, ajudou a prevenir o desenvolvimento do câncer de próstata. Da mesma forma que o câncer de mama, o equilíbrio entre ômega-3 e ômega-6 parece ser de crucial importância na redução dos riscos inerentes a essas condições. ALA, entretanto, pode não oferecer os mesmos benefícios que o EPA e o DHA. De fato, um estudo recente avaliou 67 homens com câncer de próstata, e observou-se que eles possuíam níveis muito altos de ALA comparados aos homens sem o câncer. Mais pesquisas nesta área são necessárias.


Outros
Evidências preliminares sugerem que ácidos graxos ômega-3 podem também se provar úteis na proteção contra certas infecções e no tratamento de uma variedade de condições, incluindo autismo, úlceras, enxaquecas, enfisema, psoríase, glaucoma, doença de Lyme, lupus eritematoso sistêmico (lupus), batimentos cardíacos irregulares (arritmias), esclerose múltipla, e ataques de pânico. Ômega-3 também pode reduzir o stress e os efeitos que ele causa no organismo.


Fontes dietéticas

Peixes, vegetais, e óleo de nozes são fontes primárias de ômega-3. Os ácidos eicosapentenóico (EPA) e docosahexenóico (DHA) são encontrados em peixes de água fria, como o salmão, sardinhas e atum. ALA é encontrado em sementes de linho, óleo de linhaça, óleo de canola (rapeseed), soja, óleo de soja, sementes de abóboras, óleo de sementes de abóboras, nozes, e óleo de nozes. Outras fontes de ômega-3 incluem as algas e o krill.


Formas disponíveis

Fontes de EPA e DHA podem vir na forma de cápsulas de óleo de peixe, e óleo de linhaça. Certifique-se que os suplementos de ômega-3 venham de companhias que possam certificar a origem de seus produtos e que eles estejam livres de metais pesados como mercúrio, chumbo, e cádmio.


Como usar

As doses para os suplementos de óleo de peixe deveriam ser baseadas na proporção de EPA e DHA apresentados no produto, e não na quantidade total de óleo. Suplementos podem variar nessas proporções, sendo comum as cápsulas conterem 0.18 gramas (180 mg) de EPA e 0.12 gramas (120 mg) de DHA. Cinco gramas de óleo de peixe contém aproximadamente 0.17 - 0.56 gramas (170 -560 mg) de EPA e 0.072 - 0.31 gramas (72 - 310 mg) de DHA. Tipos diferentes de peixes contém quantidades variáveis de ômega-3, e possuem aproximadamente 9 calorias por grama de óleo.


Crianças (18 anos ou mais jovens)

A precisa segurança e as doses eficazes de todos os tipos de suplementos dos ácidos graxos ômega-3 ainda não foi bem estabelecida. A ingestão de peixe fresco por parte de crianças pequenas deveria levar em conta o perigo potencial dos contaminantes ambientais, incluindo mercúrio. Cápsulas com óleo de peixe não deveriam ser usadas em crianças, exceto sob supervisão e prescrição médica.


Adultos
Indivíduos que estão tomando diariamente mais que 3 g de ômega-3 na forma de cápsulas, deveriam somente fazer isso, sob a supervisão médica, pelo fato de haver uma possibilidade de aumento nos riscos de sangramentos. Para os adultos saudáveis e sem histórico de doenças cardíacas o The American Heart Association (AHA) recomenda refeições com peixe pelo menos duas vezes por semana. Para adultos com doenças coronarianas o The American Heart Association (AHA) recomenda suplementos de ômega-3 (na forma de óleo de peixe), com pelo menos 1 grama diário de EPA e DHA. Os benefícios desses suplementos podem começar a serem vistos entre 2 a 3 semanas de uso. Para adultos com altos níveis de colesterol o The American Heart Association (AHA) recomenda suplementos com ômega-3 (na forma de óleo de peixe), entre 2 a 4 gramas diariamente de EPA e DHA. Os benefícios podem começar a serem vistos entre 2 a 3 semanas de uso.


Precauções
Devido aos potenciais efeitos colaterais e interações com outras medicações, suplementos alimentares somente deveriam ser tomados sob supervisão e conhecimento médico. Ômega-3 deveria ser usado com cautela por pessoas que apresentam problemas de coagulação, ou que façam uso de medicações anticoagulantes, incluindo o warfarin (Coumadin) ou clopidogrel (Plavix), porque o excesso de ômega-3 pode causar sangramentos. Óleo de peixe pode causar flatulência, eructação, e diarréia. Preparações com liberação mais longa podem reduzir esses efeitos colaterais. Pessoas com diabetes ou esquizofrenia podem não ter a habilidade para converter o ácido alfa-linolênico (ALA) a ácido eicosapentenóico (EPA) e ácido docosahexenóico (DHA), as formas mais assimiláveis pelo organismo. Se você tem diabetes tipo 2, somente use suplementos com óleo de peixe sob supervisão médica. Peixe (e suplementos com óleo de peixe) pode conter contaminantes potencialmente perigosos, como metais pesados (incluindo mercúrio), dioxinas, e bifenilas policloradas (PCBs). Para os usuários da pesca esportiva, o U.S. Environmental Protection Agency (EPA) recomenda que mulheres grávidas ou amamentando se limitem a uma simples refeição com 170 g de peixe por semana, e crianças pequenas a menos de 57 g por semana. Para os peixes de criadouros, os importados, ou os peixes marinhos, o FDA (U.S. Food and Drug Administration) recomenda que mulheres grávidas e crianças evitem tipos de peixes com altos níveis de mercúrio (tubarão, peixe-espada), e consumam menos que 340 g por semana para outros tipos de peixes. Preparações de óleo de peixe não refinados e filtrados podem conter pesticidas.


Possíveis interações

Se você está sendo tratado com qualquer um dos seguintes medicamentos não deveria usar suplementos com ômega 3, incluindo ácido eicosapentaenoico (EPA), ácido docosahexaenoico (DHA), e ácido alfa-linolênico (ALA), sem antes conversar com seu médico.

Medicações anticoagulantes -- Ômega-3 pode potencializar os efeitos de medicamentos anticoagulantes, incluindo a aspirina, warfarin (Coumadin), e clopedigrel (Plavix). Ainda que uma combinação de aspirinas e ômega-3 possam ser úteis sob certas circunstâncias (como nas doenças do coração), deveriam por outro lado ser usadas juntas apenas sob supervisão e prescrição médica.


Medicações hipoglicemiantes -- Ingerir suplementos com ômega-3 podem alterar os níveis de açúcar no sangue. Use com cautela se estiver tomando medicações para baixar os níveis de açúcar, como a glipizida (Glucotrol e Glucotrol XL), gliburida (Micronase ou Diabeta), glucofage (Metformina), ou insulina, porque o ômega-3 pode aumentar a necessidade dessas medicações.


Ciclosporina -- Usar ômega-3 durante a terapia com ciclosporina (Sandimmune) pode reduzir os efeitos colaterais tóxicos, tais como hipertensão e danos renais, associados com esta medicação em pacientes transplantados.


Etretinato e esteróides tópicos -- A adição de ômega-3 (especificamente EPA) a terapia com a droga etretinato (Tegison) e corticosteróide podem melhorar os sintomas da psoríase.

Medicações que reduzem o colesterol -- Seguindo-se certas diretrizes nutricionais, incluindo a incorporação de ômega-3 na dieta e reduzindo a proporção do ômega-6, pode permitir que um grupo de medicamentos que diminuem o colesterol conhecidos como estatinas, atorvastatina (Liptor), lovastatina (Mevacor), e simvastatina (Zocor), funcionem mais efetivamente.


Antinflamatórios não esteróides (NSAIDs) -- em um estudo animal, o tratamento com ômega-3 reduziu os riscos de úlceras relativos a essa classe de drogas, incluindo o ibuprofeno (Motrin, Advil ou Allivium) e o naproxen (Alleve ou Naprosyn). Mais pesquisas são necessárias a fim de se avaliar os efeitos do ômega-3 em pessoas.