No fim do último mês de março, a divulgação de uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia, em San Diego, fez a alegria dos chocólatras às vésperas da Páscoa: o estudo mostrava que pessoas que comem chocolate com frequência costumam ser mais magras. Por mais animadora que seja a informação, que reforça uma série de dados recentes sobre os benefícios do doce para a saúde, é importante ficar claro: não adianta devorar todos os ovos, bombons e barras que ganhar neste feriado achando que está contribuindo para o sucesso da sua dieta. Os especialistas avisam que o tipo amargo é o que mais reúne benefícios, se consumido com moderação.

Para o chocolate ser considerado amargo, tem que conter 55% ou mais de cacau, o ingrediente que reúne nutrientes capazes de ajudar a manter o peso, combater o envelhecimento e melhorar o humor, entre outras coisas. No mercado, há versões com até 70% de cacau. Depois do tipo amargo, o melhor é o meio-amargo (50% de cacau), seguido ao leite. Na lanterninha vem o chocolate branco, rico em manteiga de cacau, ingrediente com muita gordura.

— Nossa descoberta parece se somar a uma série de informações que sugerem que a composição das calorias, e não apenas o número delas, é importante para determinar seu impacto sobre o peso — comentou a autora do estudo, Beatrice Golomb, na época de sua divulgação.

Os cientistas acreditam que antioxidantes chamados de catequinas podem melhorar a massa muscular magra e reduzir o peso. Além disso, o consumo de certos tipos de chocolate tem sido relacionado a mudanças favoráveis na pressão sanguínea, na sensibilidade à insulina e nos níveis de colesterol.

Para alcançar os benefícios para a saúde, a nutricionista Lila Valente lembra que a recomendação é comer 20g — o equivalente a dois quadradinhos de uma barra — por dia, de preferência do chocolate amargo. Quanto mais doce a iguaria for, mais leite e açúcar ela contém.

— Os outros tipos também garantem benefícios, mas eles são proporcionais. O ingrediente mais importante é o cacau — diz Lila.
O chocolate diet, apesar de ter menos açúcar, não é menos calórico. O valor energético é determinado pela quantidade de gordura, explica Lila:
— A opção dietética só é melhor mesmo para os diabéticos, que não podem consumir açúcar. Para os demais, não faz muita diferença


Fonte: O GLOBO – RJ