No período pré-menstrual, a sensação de inchaço é quase inevitável. De um dia para o outro, pesam as pernas, a balança acusa o peso extra e as roupas mais justas deixam de caber. Tais sensações são sintomas da retenção de líquidos. Nesse caso, o acúmulo deve-se à alteração na quantidade de estrogênio no sangue. “O corpo acaba concentrando uma quantidade de fluidos corporais acima do normal, que é entre 60% e 70% do peso corporal, e isso se traduz em oscilação de 1kg a 2kg, e inchaço”, explica a nutricionista Luciane Felix.

O problema, no entanto, tem várias causas. Problemas hormonais, além do uso de corticoides, da pressão alta, da ingestão insuficiente de água — o corpo entende que há pouco líquido e resolve guardar como estoque. O consumo excessivo de sódio, que impede a absorção dos líquidos, e problemas renais podem ter relação com a retenção. “É preciso ficar de olho, pois pode evoluir para uma trombose, insuficiência renal ou até coma”, alerta Emmanuel.

O acúmulo de fluidos é mais frequente em quem tem mais de 40 anos, é sedentário e não regula a dieta ou em quem tem predisposição genética. A retenção de líquidos também pode afetar homens, sobretudo os hipertensos ou os que têm problemas renais. Já nas grávidas, a causa é circulatória, devido ao funcionamento diferenciado dos rins — como a placenta precisa ser mais irrigada, há aumento na taxa de filtração. 

Segundo o fisioterapeuta Emmanuel Oliveira, a retenção ocorre, em grande parte, quando as trocas de sais minerais não são feitas corretamente e, por isso, os rins tem dificuldade para filtrar. “A pessoa começa a reter muito líquido e acaba indo ao banheiro com menos frequência do que o normal, além de sentir o inchaço.” Normalmente, a retenção de líquidos é percebida devido ao inchaço nos membros inferiores. “A gravidade leva os líquidos que estão sobrando para baixo, para as pernas e pés, e a volta do sangue fica comprometida”, esclarece Luciane. “Um jeito fácil de ter certeza que é retenção é fazer um teste de apertar a derme. Se a pele demorar um pouco para voltar à posição inicial, é prova de que há um problema”, explica.

Para tratar a retenção é imprescindível largar o sedentarismo, tomar bastante água e regular a alimentação, evitando alimentos industrializados ricos em sódio. Luciane lembra que é preciso tomar cuidado com produtos light e adoçantes, que também contêm a substância. “Há estudos que comprovam que a drenagem linfática também ajuda a eliminar o líquido retido”, completa o fisioterapeuta.

A farmacêutica Lúcia Surita, 33 anos, começou a perceber que algo estava errado com seu corpo em setembro, quando sentiu que as roupas estavam mais apertadas e os anéis não entravam mais nos dedos. “Achei estranho e procurei um médico para fazer um exame de bioimpedância, que mede as proporções de líquido, ossos, músculos e gordura no corpo — o resultado estava muito acima do normal”, lembra. A razão da retenção era uma disfunção da tireoide e, ao começar a tomar remédios para regulá-la, a farmacêutica se sentiu melhor. 

Com o acompanhamento de uma nutricionista, começou uma dieta de restrição de carboidratos e, em uma semana, perdeu quase 5kg. “Foi água pura, meu corpo todo estava inchado. Barriga, coxas, foi bem generalizado, apesar de sentir maior diferença nas extremidades”, conta Lúcia. Agora, na dieta da farmacêutica há frutas diuréticas, como melancia, mamão e melão, e bastante chá verde, várias vezes ao dia, para ajudar na eliminação dos líquidos. 

Evite:
- Refrigerantes 
- Alimentos industrializados, com conservantes
- Produtos light
- Adoçantes
- Doces
- Alimentos com muito sódio
- Embutidos (frios, salsichas, linguiças, salame, mortadela, etc)
- Carnes como bacalhau e carne seca

Controle o problema com:
- Água 
- Chás diuréticos (chá verde, branco, de carqueja, cavalinha)
- Melancia, melão, mamão, abacaxi, limão e laranja
- Atividade física 
- Drenagem linfática

Agradecimentos: Lifenutri e Clínica Videre

Fonte: CORREIO BRASILIENSE – DF